O Brasil começa 2011 com cerca de 200 milhões de celulares

Foi em outubro que os acessos de telefonia móvel ultrapassaram o total da população, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Mesmo com tantos celulares, o crescimento deste mercado deve continuar pelos próximos anos.

É claro que uma densidade maior do que 100% da população não quer dizer que cada brasileiro tenha um celular. Essa estatística se refere ao total de chips em atividade. Mais e mais as pessoas têm mais de um chip. Seja porque um está no celular e outro no modem de acesso à internet do notebook (ou no tablet) ou porque o cliente do pré-pago optou por ter chips de várias operadoras, para aproveitar melhor as promoções.

Existem vários fatores que devem incentivar o avanço do mercado nos próximos anos. Alguns deles dizem respeito ao aumento da competição. A Anatel acaba de vender licenças da banda H da telefonia celular, o que na prática transforma a Nextel (principal vencedora do leilão) na quinta operadora nacional de telefonia móvel.

Também foi publicado no ano passado o regulamento das operadoras móveis virtuais (MVNO, na sigla em inglês) que permite a empresas de outras áreas, como bancos e varejistas, se transformar em operadoras celulares sem precisar construir uma rede própria.

Outros fatores são tecnológicos. Entre o fim de 2011 e o começo de 2012, devem ser vendidas as licenças de quarta geração da telefonia celular (4G), que permitirá uma banda larga de verdade via celular, com velocidades de até 100 megabits por segundo (Mbps). Cada vez mais os chips de celulares são usados na comunicação entre máquinas.

Atualmente, já são comuns nas máquinas leitoras de cartões de crédito e débito e em rastreadores de carros, mas isso é só o começo.

Existem ainda novidades que ameaçam mudar totalmente a dinâmica do mercado. A explosão dos smartphones tem feito com que seja mais importante para o consumidor o fornecedor da tecnologia – por exemplo, a Apple, com o iPhone; o Google, com o Android; ou a RIM, com o BlackBerry – do que a operadora.

As fusões entre empresas móveis e fixas podem fazer com que o celular se torne o mais recente integrante dos combos, que já reúnem telefonia fixa, banda larga e TV paga.

Fonte: Estadão